É preciso silenciar.
É preciso silenciar a cabeça e o coração. O corpo e a alma.
Tenho ouvido muitos relatos de pessoas inquietas, angustiadas e apreensivas. (Em alguns momentos, confesso, eu mesmo me sinto desta maneira).
É natural que seja assim, frente à tanta incerteza e, talvez por isso, demorei algum tempo até perceber o motivo que nos traz estes sentimentos:
Há ruído demais. Lá fora e aqui dentro.
Para nos organizarmos internamente, condição essencial para atravessarmos com altivez e tranquilidade a fase da pandemia do COVID-19, é necessário nos recolhermos. É também necessário nos re-encontrarmos com nós mesmos e com a nossa essência.
A questão é que nada disso é possível em meio aos ruídos das diversas fontes de notícia (reais ou fakes); das incontáveis lives no Instagram (algumas bem divertidas e excelentes passatempos); da adaptação ao trabalho remoto; do suporte que nossos filhos necessitam em suas atividades de homeschooling.
Estamos rodeados das pessoas de nossa família nuclear e, por mais gostoso que possa ser tê-los por perto, ainda precisamos do nosso espaço e do nosso tempo.
Este momento – em que a natureza nos força a ficarmos reclusos – é oportuno para (re)-aprendermos a lidar conosco, de forma contundente e profunda.
A mesma atenção que dispensamos à higienização do nosso entorno, deveria ser aplicada à nossa higiene mental. Ao fazer isso, removemos todos os “entulhos”, abrindo espaço para nos reconhercemos e nos re-visitarmos, o que nos oferece uma nova change de passarmos a nos admirar, a nos gostarmos, a nos cuidarmos.
Como num avião, a regra de vestirmos a máscara de oxigenio. primeiro em nós e depois nos outros, é uma metáfora que cabe aqui.
Ao nos ajudarmos, estaremos – quiçá – aptos a ajudar os outros.
Aos nos trancarmos, nos abriremos.
A solidao é necessária. É amiga, e não inimiga, neste momento de descanso e de descoberta
Medite, Leia, Escute sua Música Preferida.
Esteja na sua melhor companhia: você mesmo!
Vai passar e sairemos – todos – transformados e melhores.
Fiquem bem!